Rohmer contra Rohmer
Seguindo a fascinante obra de Eric Rohmer, a Midas edita, em conjunto e em separado, a tetralogia das estações, a que o realizador dedicou grande parte dos anos 90. A época do ano condiciona o espírito e os amores. Novamente, Rohmer foca-se nas relações humanas, nas paixões e desamores, em busca de uma essência amorosa. Assim acontece em Conto de Primavera, logo em 1990. No de Inverno, imperam as saudades de um Verão, num filme que ganhou o Prémio da Crítica em Berlim (1992). Eric Rohmer interrompeu a tetralogia com dois outros filmes até que, quatro anos depois de Conto de Inverno, mostrou o seu Conto de Verão, que como se pedia fala da volatilidade das paixões. Acaba no Outono, em 1998, para falar do amor numa idade mais avançada, onde as paixões ganham outros contornos. Apaixonante é a obra de Rohmer, realizador que está quase a fazer 90 anos, e continua com uma vitalidade que só não nos impressiona mais, porque temos por cá o exemplo extremo de Oliveira.
Varda a ver o mar
Femininista, activista, cidadã mundo, Agnés Varda é uma mulher entre homens na Nouvelle Vague francesa (apesar de ser belga). Em As Praias de Agnés, filme que teve um enorme sucesso em Lisboa, estando vários meses em cartaz, faz uma espécie de retrato autobiográfico. E a sua vida é tão rica que, por exemplo, o facto de ter conhecido Jim Morrison ocupa apenas uns segundos na película. Mais importante foi a sua relação com Jacques Demy, seu marido, e grande figura do cinema francês. As Praias de Agnés é agora editado em
Um amor de Perdição
O artigo indefinido não está lá por acaso. Mário Barroso, director de fotografia de parte da obra de Manoel de Oliveira, quis fazer uma versão actualizada da célebre história contada no romance Camilo Castelo Branco. Porque há histórias que se repetem ao longo dos tempos. Então fez Um Amor de Perdição, como quem faz Um Romeu e Julieta, porque na adolescência tudo é eterno e por vezes fatal. Recontextualizou a trama numa Lisboa abastada e revelou um novo e bom actor para o cinema português, Tomás Alves. Além disso, é de destacar a actuação de Catarina Wallenstein, actriz que esteve em grande durante 2008, bem como a dos experientes Rui Morrison, Ana Padrão e Virgílio Castelo.
A segunda obra de Mário Barroso, depois de Milagre Segundo Salomé (a partir de José Rodrigues Miguéis) é a pré-candidata ao Óscar para o Melhor Filme Estrangeiro por Portugal, mas é pouco provável que chegue a Hollywood. Aliás, seria um feito inédito. Esta edição em
Coisas para rir
O humor em Portugal nunca mais foi o mesmo desde que o quarteto Gato Fedorento fez a sua revolução na televisão portuguesa. Com uma hábil gestão de carreira, o grupo opta por longos intervalos. Após o fim da série Esmiuçar os Sufrágios, suspenderam por tempo indefinido o seu regresso à televisão. Durante este jejum, a privação do seu humor pode ser compensada com recurso a
Num género mais buçal, é a série Um Mundo Catita, que passou na
E agora para algo completamente diferente. Se há humor que nunca perde a actualidade é o dos Monty Python. Talvez daí a lógica do título desta edição comemorativa: 400 anos de Monty Python (não é gralha, são mesmo 400). Uma edição luxuosíssima, que inclui a série completa Flying Circus, o filme Monty Python e o Cálice Sagrado, numa edição especial de dois discos; A Vida de Brian, também em dois discos; o espectáculo ao vivo no Hollywood Ball; e ainda um
Clássicos celebrados
O fim do ano é tempo de reedições especiais de grandes clássicos do cinema. É o caso de Branca de Neve e os Sete Anões, o clássico dos clássicos das animações da Disney, de 1937, que agora surge numa edição restaurada, que inclui um livro e extras jogos, telediscos ou o famoso tema Eu Vou em versão karaoke. Igualmente mágico é o universo de O Feiticiero de Oz, que este ano chega ao 70.º aniversário. O filme é reeditado numa versão restaurada que inclui um
Artes e Artistas
São seis os documentários que se juntam nesta colecção, todos eles sobre artistas e realizados por autores portugueses. A maioria passou em sala, no Doc Lisboa. É o caso de O meu amigo Mike ao trabalho, realizado por Fernando Lopes, sobre Michael Biberstein. Bruno de Almeida realiza 6=0 Homeostética, sobre um dos mais importantes movimentos artísticos portugueses dos anos 80. Joana Cunha Ferreira visita o universo de Joana Vasconcelos. A pintura de Helena Almeida é retratada por Joana Ascensão. E Jorge Silva Melo apresenta dois filmes: Gravura, esta mútua aprendizagem, e Nikias Skapinakis, O Teatro dos Outros. São produções e edições da Midas de inequívoco valor documental e cultural.
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