terça-feira, 17 de novembro de 2009

Depois dos 50 é que é

Cliente, de Josiane Balasko






Actriz, escritora, guionista e realizadora. Apesar de ter mais de 30 anos de carreira, Josiane Balasko raramente conseguiu passar as fronteiras de França. Basta olhar para os títulos de alguns dos últimos filmes que realizou ou escreveu para perceber o motivo... e o género: A ex-mulher da minha vida; Maldito Rapaz; A Minha Vida é um Inferno; ou Os Homens Preferem as Gordas. O que se passa é que em Portugal raramente recebemos os mais populares filmes franceses. E ainda bem. Cliente não foge ao estilo que os outros títulos possam sugerir, no reflexo de um deturpado mundo feminino, de humor duvidoso. Partindo de um romance da própria realizadora, conta a história de um gigolo e da sua cliente predilecta. O tema não é rico, nem novo, o que não ajuda. Mas nem é por aí que o filme peca. O problema é a sucessão de clichés, as constantes redundâncias entre acção e voz-off, a caracterização das personagens, a mediocridade dos diálogos em busca de um humor fácil. Tudo isto para justificar uma perspectiva optimista da sensualidade feminina após os 50, que por acaso é sensivelmente a idade da realizadora-escritora-actriz, que aqui desempenha o papel da mais irritante das personagens: a irmã que se apaixona por um índio em Paris e encontra assim o amor da sua vida. Tirem-nos deste filme.

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