segunda-feira, 30 de março de 2009

Em estado de Choke


Choke - Asfixia, de Clark Gregg









Eis um filme que faz do Porky's 2, se não uma obra-prima do género, pelo menos uma película com interesse assinalável. Isto considerando Choke - Asfixia, de Clark Gregg, uma comédia adolescente, o que nem é assim tão linear. Porque a ambiguidade, por negligência, é tal que, curiosamente, o filme se torna de difícil classificação, a não ser na categoria de uma estrela ou de «invisível» como nós por aqui lhe gostamos de chamar.
Em Choke nada bate certo. O argumento perde-se antes de chegar ao ecrã, os actores por pouco não chocam entre si na tela, os espectadores tendem a sentir-se perdidos, questionando-se enervados: «Será que era para ter graça?» Todo o filme é um buraco, um buraco negro, de humor grosseiro e descabido, sem sequer entrar no prezável nonsense, desde o prepúcio divino ao berlinde que percorre o intestino no sentido contrário. Há uma mãe hospitalizada, que era hippie, e que agora, demente, não reconhece o filho. Há uma médica que afinal não é médica, apenas paciente de um hospício onde, aparentemente, não há médicos. Há uma stripper apaixonada por um brutamontes a fazer uma construção de pedras, que nem se percebe a que simbolismo queria o autor chegar. E há um filho tarado sexual que se julga filho de Deus: um bebé proveta resultado de um espermatozóide esquecido no prepúcio de Jesus. Mas que, no final, para surpresa sua (e de todos?!), descobre que é tudo mentira e que afinal é tão (ou tão pouco) filho de Deus com outro palerma qualquer. Fica a sensação que o romance de Chuck Palahniuk, autor de Clube de Combate (bem adaptado por David Fyncher) mereceria melhor. Clark Gregg é um jovem actor que aqui se estreia na realização. Uma estreia 'hospiciosa' e distante do Cinema.

1 comentário:

Margarida D disse...

Lembram-se daquela aula em que os profs explicam a regra dos 5 Ws? Estes 5 Ws não saíram da minha cabeça enquanto assistia ao filme: Who? When? Where? Whom? Why?
Margarida D.