sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O homem duplicado

Moon, de Duncan Jones





Um salto para o homem, um pequeno passo para o cinema de ficção científica.

A história de um «homem que era outro» na superfície lunar

O cinema regressa à Lua, depois de todas as alunagens dos anos 70 e 80. Ao contrário das missões espaciais desses tempos, sempre reluzentes de limpeza e sem vestígios de poeiras cósmicas, Moon (estreia-se hoje, 12), o filme do britânico Duncan Jones, filho de David Bowie, mostra-nos um astronauta, Sam Rockwell, cheio de sujidade, pústulas e mazelas.

Felizmente há luar, e felizmente o cinema desperta o seu interesse pelo satélite. A última incursão pós-69 mais consistente foi em 1995, com Apollo 13, de Ron Howard, sobre a célebre missão falhada. À sua maneira, Monn, um filme de baixo orçamento, que tem feito um circuito pelos festivais (é um dos doze em competição no Estoril Film Festival) também é uma missão falhada. A premissa inicial - um astronauta, Sam Rockell, na mais esmagadoramente solitária das profissões, sem sequer a companhia da força da gravidade -redunda num registo conceptual, de thriller emocional futurista, que envolve clonagem galáctica, a resolução do problema energético global, e memórias implantadas. Onde é que nós já vimos isto? Num planeta perto de si.

Em vez do Hall-9000 há agora um calhambeque mais parecido com o robô da Disney/Pixar WallE, que emite um pequeno smile, e está coberto de post-its. É um filme de um actor só, no cúmulo da solidão intergaláctica, e... estava-se mesmo a ver: os homens sozinhos encontram-se sempre a si mesmos.

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