quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Parada de estrelas no Estoril

FRANCIS FORD COPPOLA

É seguramente um dos realizadores americanos que mais marcou o século XX. Francis Ford Coppola visita pela primeira vez Portugal, para apresentar o seu último filme, Tetro, que tem estreia marcada para 19 de Novembro. Domingo, dia 8, às 20 e 30, o filme passa no EFF, seguindo-se um encontro do público com o realizador. Rodado em Buenos Aires, Tetro conta a história de reencontro, numa família de emigrantes italiana. É o filme que sucede a Uma Segunda Juventude. E as expectativas são imensas. Coppola é o autor de obras emblemáticas, como Apocalipse Now, Do Fundo do Coração, Os Marginais, Juventude Inquieta ou a saga O Padrinho.

DAVID CRONENBERG

Paulo Branco é o produtor do novo filme de David Cronenberg, Cosmopolis, a partir do livro de Don Delillo, que deverá ser rodado entre Toronto e Nova Iorque durante o próximo ano. Não se torna assim tão estranho que o realizador seja um dos convidados de honra do EFF, até porque é a sequência mais lógica à visita de David Lynch. O Festival vai fazer a maior retrospectiva do cineasta canadiano de todos os tempos. Além dos filmes, vão estar patentes duas exposições. Em Chromossomes, painéis feitos através de fotogramas originais de filmes do realizador, com uma tecnologia digital capaz de produzir efeitos cénicos. Em Red Cars, um storyboard inédito e apurado ao longo dos anos pelo próprio. Terça-feira, dia 10, às 21 horas, está marcado um encontro com o público, em que mostrará um episódio inédito da série The Italian Machine (1976). E, de seguida, às 22 horas, apresenta Crash, porventura o mais carismático dos seus filmes.

JULIETTE BINOCHE

O EFF assinala os 25 anos de carreira de Juliette Binoche, com uma enorme homenagem, sintetizada na exposição Portaiis In-Eyes. Tratam-se de 68 pinturas e retratos de personagens interpretadas pela actriz ao longo da vida, que também serão lançados em livros. A própria inaugura a exposição, dia 5, às 19 e 30. À noite, marcará presença na Gala de Abertura. No dia seguinte, 6, está marcada uma sessão de autógrafos para as 18 horas. Às 19 e 30, apresenta o documentário Juliette Binoche Dans Les Yeaux, realizado pela sua irmã, Marion Stalens, que também estará presente. E às 22 apresenta o filme Désengagement, de Amos Gitai. O festival exibe uma pequena parte da extensa filmografia da actriz francesa, com destaque para obras como Les Amants du Pont-Neuf, de Leos Carax (dia 6, às 0.45); Mary, de Abel Ferrara (dia 12, à meia-noite); Caché, de Michael Haneke (dia 7, às 17 e 45); e A Viagem no Balão Vermelho, de Hou Hsiao-Hsien (dia 13, às 15 e 15).

PETER HANDKE

O seu nome é vulgarmente associado ao de Wim Wenders. Peter Handke é o autor de A Angústia do Guarda-Redes antes do Penalty, livro que deu origem a um dos primeiros filmes do alemão. A parceria veio a cimentar-se de forma clara. Em muitos filmes trabalhou como argumentista, incluindo As Asas do Desejo, que para muitos é considerado a obra-prima de Wenders. Handke também é considerado uma dos grandes escritores alemães e arriscou realizar alguns filmes, como The Left-Handed Woman, com Bruno Ganz e Gerard Depardieu, e L’Abscence, com Jeanne Morreau. O primeiro será exibido no festival, com a presença do realizador, no dia 11, às 19 e 30

DAVID BYRNE

É um grande luxo ter David Byrne como júri de um festival. Não se trata propriamente da primeira visita do músico escocês a Portugal. Já deu inúmeros concertos e é conhecida a sua ligação com o Brasil. O ex-líder dos Talking Heads fundou a Luaka Bop, uma importante editora de músicas do mundo Nova Iorquina, e com o seu selo saíram álbuns de Paulo Bragança e Waldemar Bastos. Já visitou de forma informal várias vezes o nosso país, mas desta feita passa cá uma semana. No dia 13, às 18 horas, apresenta True Stories, um filme sobre os Talking Heads, realizado por si próprio. A ligação de Byrne ao cinema não fica por aqui. É autor de variadas bandas sonoras, para filmes, peças de teatro e séries de televisão. E entrou como actor em filmes como Lulu on the Bridge, de Paul Auster.

ROBERT FRANK

Apesar de ter nascido na Suíça, Robert Frank é uma autêntica lenda viva do cinema e da fotografia americanos. É o autor de um dos mais marcantes livros de fotografias, chamado Os Americanos, onde, precisamente, faz um retrato profundo dos Estados Unidos. A sua obra cinematográfica é igualmente fascinante. Em 1959, realizou Pull My Daisy, com narração de Jack Kerouac e interpretação de Alen Ginsberg, entre outros elementos da beat generation. Em 1972, realizou Cocksucker Blues, um polémico documentário sobre os Rolling Stones. Robert Frank estará presente no EFF para apresentar Candy Mountain (dia 7, às 17 horas), um filme realizado com Rudy Wurlitzer, sobre Elmore Silk, um lendário construtor de guitarras americano. Segue-se um encontro com o público.

CINDY SHERMAN

É uma das mais fascinantes artistas plásticas dos anos 80. É particularmente conhecida como fotógrafa, usando-se a si própria com objecto retratado. Mesmo nesse trabalho tem uma forte ligação ao cinema, numa série em que criava fotografias simulando frames de um filme imaginário. A própria realizou um filme, em 1997, chamado Office Killer, e participou em Peckers, de John Waters. A obra de Sherman já esteve em exposição no CCB. No EFF não será exibido o seu filme. Cindy Sherman é actualmente é companheira de David Byrne.

VICTOR ERICE

Juntamente com Franco Piavoli completa o quadro da homenagem a cineastas raros do EFF. Victor Erice é de facto raro pela qualidade da sua pequena obra. Vulgarmente é considerado por génio, e há quem diga que é o melhor cineasta espanhol desde Buñuel. Isto apesar da sua obra ser extremamente curta. Apenas três longas-metragens: O espírito da Colmeia, de 1973, num retrato perspicaz da Espanha rural; O Sul, de 1983, a partir de um romance de Adelaide Garcia Morales; e O Sol do Marmeleiro, de 1992, um documentário sobre o pintor Antonio López García. No EFF apresenta a sua mais recente curta-metragem, La Morte Rouge.

ALEXANDRE DESPLAT

É um dos mais requisitados compositores do cinema dos nossos tempos. Já construiu a banda sonora de dezenas de filmes, bem conhecidos do público em geral. Estreou-se em 1985, em Ki Lo Sa?, uma comédia de Robert Guédiguian. Desde aí que o músico francês não tem parado, em obras como A Rapariga do Brinco de Pérola, de Peter Webber; De Tanto Bater o meu Coração parou, de Jacque Audiard; O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fyncher; ou A Rainha e Cherry, de Stephen Frears. No festival vão passar dois filmes, em ante-estreia, com banda sonora sua: O Fantástico Senhor Raposo, de Wes Anderson (na sessão de abertura, dia 5, às 22 e 30); e Um Profeta, de Jacques Audiard (dia 14 às 21 e 30).

JACQUES AUDIARD

Aos 55 anos, Jacques Audiard é considerado um dos grandes realizadores franceses da actualidade. Começou como argumentista, ainda nos anos 70. Só em 1994 se estreou na realização com Regarde les Hommes Tomber. Em 2005, destacou-se internacionalmente com De Tanto Bater o Meu coração Parou. No EFF, o próprio apresenta a sua última obra, que recebeu o Prémio Especial do Júri no último Festival de Cannes, Um Profeta. É o filme de encerramento do festival, dia 14, às 21 e 30.

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