quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Curtas em grande

É um novo festival que nasce com 17 anos de experiência. O Curtas 2009, que decorre entre 4 e 12 de Julho, é marcado pela reabertura do Cineteatro de Vila do Conde, que esteve encerrado durante duas décadas, e tem mais de 800 lugares sentados (560 na principal e 260 na secundária). É o que faltava ao festival, que tem crescido e se tem afirmado internacionalmente ao longo dos anos, para dar um salto ainda maior. É assim abandonado o Auditório Municipal (muito mais pequeno), devendo o festival alargar-se ainda à Galeria Solar e ao recentemente recuperado Centro de Memória. As exposições são uma das grandes apostas da edição deste ano. Em destaque, a artista e realizadora finlandesa Salla Tykka, com uma retrospectiva na Galeria Solar, assim como Tsai Ming-liang, Matthias Müller, Christoph Girardet, Graham Gussin, Sandra Gibson / Luis Recoder, Ariane Michel e Cesário Alves, numa colectiva onde exploram as ligações entre cinema e artes plásticas.
Canção de Amor e Saúde, de João Nicolau, é um dos grandes destaques da Competição Nacional. O filme foi apresentado no Festival de Cannes; e Rapace (2007), o filme anterior de João Nicolau, foi a a primeira obra portuguesa a ganhar o prémio internacional do Curtas. A competição reúne 12 obras, incluindo Matar o Tempo, de Margarida Leitão; Too Many Daddies, Mommies and Babies, de Gabriel Abrantes; Tony, de Bruno Lourenço; e Um Dia Frio, de Cláudia Varejão. Fora de competição, por já terem sido apresentados em outros festivais, estão filmes de peso, como Arena, de João Salaviza (que ganhou Cannes); Ruínas, de Manuel Mozos (vencedor do Indie), Visita Guiada, de Tiago Hespanha (prémio do público no Indie) ou Passeio de Domingo, de José Miguel Ribeiro.
A Competição Internacional tem este ano um painel de luxo, com muitos regressos ao festival. Uma oportunidade para ver as últimas obras de Apichatpong Weerasethakul, Christoph Girardet/Matthias Müller, Alejandro Ramirez, Yann Gonzalez, Sergei Loznitsa, Eileen Hofer, Georges Schwizgebel, Elisa Miller Encinas, Bill Plympton, entre outros. Como tem acontecido nos últimos anos, haverá uma competição de vídeos musicais, com telediscos dos Clã e Buraka Som Sistema. Haverá ainda Remix, uma competição de filmes experimentais; Take One, de primeiros filmes e filmes de escolas; e o curtinhas, com uma programação para os mais novos.
Como é habitual, há uma grande preocupação com a música, com três filmes-concerto de grandes músicos. O brasileiro residente em Nova Iorque Vinícius Cantuária é uma das grandes estrelas, em dose dupla. Primeiro, juntamente com o japonês Takuya Nakamura, constrói uma banda sonora para Ny Ny (1957), de Francis Thompson, e Manhatta (1920), de Paul Strand e Charles Sheeler. Depois com o projecto Filme Imaginário. O duo Dean & Britta apresenta 13 Most Beautiful...Songs for Andy Warhol's Screen Tests, num projecto comissariado pela um projecto comissariado pelo Andy Warhol Museum e Pittsburgh Cultural Trust, onde se mostram 13 dos 500 testes de imagens realizados pelo guru da pop art. E, finalmente, o virtuoso guitarrista português Norberto Lobo, que abrirá o festival, com seu projecto Tigrala, musicando Tabu (1931), o último filme do cineasta alemão F.W. Murnau, co-realizado com Robert J. Flaherty. Há ainda espaço para a secção «Back to the Future», onde são apresentadas filmes de ficção científica de todos os tempos, mostrando como se via o futuro no passado.


O Final Cut vai dedicar um especial ao Curtas de Vila de Conde e oferecer bilhetes diários para as sessões. Mantenha os olhos bem abertos!

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