quinta-feira, 7 de maio de 2009

À descoberta de Nollywood




A terciera parte do African Screens começa já amanhã no cinema São Jorge e decorre até domingo (bilhetes a dois euros). É dedicada a Nollywood, um género cinematográfico desenvolvido na Nigéria que actualmente representa a mais importante indústria cinematográfica em África.

Tome atenção: O Final Cut vai oferecer brevemente entradas duplas para a quarta e última parte do African Screens, de 15 e 17 de Maio, no Cinema São Jorge

Programação e sinopses:

8 Maio (Sexta-feira)
Sala 3
21:00 Introdução: Jahman Anikulapo e Manthia Diawara
VIDAS SUBMISSAS (Living in Bondage) (163’, Nigéria, 1992)
Nollywood em toda a sua pujança logo num dos primeiros ‘blockbusters’. Para o jornal britânico ‘The Guardian’, este filme confirma «que muitos desses ‘grandes homens’... arranjaram a sua fortuna bebendo o sangue das suas mulheres... e só encontrarão a salvação quando confessarem os seus pecados e pedirem perdão a Jesus Cristo».

9 Maio (Sábado)
Sala 2
15:00 PAINEL DISCUSSÃO
O Cinema Africano na Era da Televisão e dos Festivais (conversas em inglês / francês)
O papel das instituições europeias na produção de filmes africanos é inquestionável. Recentemente, o canal de televisão ARTE produziu filmes que abordam tópicos como a globalização, os direitos humanos e justiça económica. Este painel de discussão junta realizadores, produtores, directores de festivais e académicos para discutirem os problemas dos produtores africanos e encontrar formas de os promover.
Moderação: Manthia Diawara
Com a presença de Awam Amkpa (R), John Akomfrah (R), Dorothee Wenner (R), Jahman Anikulapo, Francois Belorgey, Luís Correia, Jorge Wemans, entre outros.

9 Maio (Sábado)
Sala 3
18.00 Introdução: Dorothee Wenner e Manthia Diawara
MISSÃO EM NOLLYWOOD (Mission Nollywood – Peace Mission) R: Dorothee Wenner (80’, Alemanha, 2008)
“Mission Nollywood – Peace Mission” apresenta uma das principais protagonistas da cena de Nollywood, Peace AniyamFiberesima, acompanhando-a nas suas reflexões sobre os limites da
exploração de novas dimensões no cinema de Nollywood.

Sala 2
20.00 (Sessão Dupla) Introdução: Awam Amkpa e Manthia Diawara
CURTÍSSIMA HISTÓRIA DE NOLLYWOOD (A Very Very Short Story of Nollywood) R: Awam Amkpa
(14’, Nigéria/EUA, 2008)
Nollywood, a Hollywood da Nigéria, surgiu sem qualquer ‘ajuda ao desenvolvimento’ exterior. As tecnologias mais simples, as câmaras vídeo, permitem o mais baixo dos orçamentos – e um sucesso enorme entre as audiências locais. Este filme mostra o estilo muito próprio desta indústria, das suas condições de produção à encenação.

NOLLYWOOD: É SÓ ACÇÃO (Nollywood: Just Doing It) R: Jane Thorburn (30’, Nigéria/Reino Unido, 2008)
Iniciado em 1992, o negócio do cinema na Nigéria tornou-se uma indústria multimilionária auto-suficiente. Utilizando a tecnologia digital mais barata os nigerianos não permitiram que a falta de apoios governamentais ou de investimento estrangeiro os parasse, contando as suas histórias, à sua maneira, para uma entusiástica audiência africana. Agora que o Governo começa a mostrar algum interesse, Nollywood já atingiu o auge ou ainda está no começo? Jane Thorburn esteve em Lagos a falar sobre o trabalho, as frustrações e as esperanças para o futuro com alguns dos realizadores e produtores nigerianos mais empenhados e com maior sucesso.

Sala 3
22:00 (Sessão Dupla) Introdução: John Akomfrah e Manthia Diawara RASTOS, PEUGADAS DE MULHERES (Traces, Empreintes des Femmes) R: Katy Lena Ndiaye (52’, Bélgica, 2003)
O filme examina o mundo das mulheres e os seus murais numa aldeia do Burkina-Faso. Um retrato sensível – com uma espantosa fotografia – de uma sociedade sob uma enorme pressão para mudar.

CANTIGAS DE HANDSWORTH (Handsworth Songs) R: John Akomfrah (61’, Reino Unido, 1986)
Este filme foi o primeiro grande documentário do Black Audio Film Colletive e investiga as origens da revolta das comunidades negras de Handsworth, Birminghan, em 1985. Os temas abordados são a raça, a memória, a ideologia e o passado colonial britânico. Michael O’Pray escreve: «A cantiga é uma forma cultural que pode ser tão profunda como qualquer análise… a poesia da cantiga… é uma arma potente que tem sido usada ao longo dos séculos pelos próprios colonizadores.

10 Maio (Domingo)
Sala 2
15:00 (Sessão Dupla)
ESPERANÇA ASSASSINADA (Thomas Sankara, L’Espoir Assassiné) R: Balufu Bakupa-Kanyinda (26’, República Democrática do Congo/França/Reino Unido, 1991)
Um retrato visto como a estreita linha que separa o esquecimento da mistificação. O filme parte em busca do rasto do ‘Che Guevara africano’, o presidente do Burkina Faso assassinado em 1987.

O TABULEIRO (Le Damier, Papa National Oye!) R: Balufu Bakupa-Kanyinda (40’, República Democrática do Congo/França,1996)
Para preencher uma noite branca, o Pai da Nação, presidente fundador para a vida e primeiro cidadão do ‘seu’ país quer jogar às damas contra um adversário de peso. Deve portanto enfrentar nada mais do que um homem da rua designado como ‘campeão popular de todas as categorias’… O costume popular consiste numa troca verbal depois de cada jogada, no respeito da autoridade do chefe supremo.

Sala 3
20:00 Introdução: John Akomfrah e Manthia Diawara
TESTAMENTO (Testament) R: John Akomfrah (76’, Gana/Reino Unido, 1988)
Uma reflexão política que mistura imagens históricas de arquivo com sequências imaginárias para criar um ensaio complexo, intensificado por uma música ritualista. Vinte anos depois da experiência socialista no Gana, com Kwameh Nkruma, uma antiga activista regressa como repórter ao seu país de origem. A sua intenção é fazer uma reportagem sobre o filme “Cobra Verde”, de Werner Herzog, parte do qual foi filmado num antigo forte de escravos do Gana.

Sala 3
22:00 (Sessão Dupla)
O BOM HOMEM DA CHARRETE (Borom Sarret) R: Ousmane Sembène (22’, Senegal, 1962)
Um carroceiro perde o seu emprego porque se atreve a atravessar a fronteira arbitrária de um distrito administrativo moderno… Este é considerado o primeiro filme dirigido em África por um realizador africano.

A RAPARIGA NEGRA (La Noire de…) R: Ousmane Sembène (65’, Senegal, 1966)
Uma jovem mulher do Senegal, levada para a Riviera francesa como criada, descobre o que significa ser reduzida ao papel de ‘rapariga negra’. Com o seu realismo social, Sembène cria conscientemente um contraponto às políticas de identidade baseadas na etnia, como as reivindicadas pelo movimento da Negritude – tema do próximo fim-de-semana.

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