quinta-feira, 26 de março de 2009

O FINAL CUT tem uma nova Visão

Obrigatório ver





Pronto, também nós, fomos contaminados pela vertigem da mudança, pela voragem das remodelações, pelo frenesim da velocidade e da inquietação… Confessamos: preferíamos ir embalados na dormência do vagon-lit, mas a verdade é que nos juntamos à turba de passageiros atrasados que correm esfalfados na gare, de braço esticado, a tentar tocar no varão do comboio, que já arrancou (estão a ver o filme?)…

Por isso, mudámos. Avançámos para próxima estação. Remodelámos o blogue, desde a locomotiva até à carruagem dos fundos. Na verdade, continuamos na mesma linha, num expresso, sem paragens (prometemos!) em estações insignificantes e regionais, sem travessias ronceiras. Não evitamos viagens sinuosas, cheias da turbulência dos comboios (que são assim uma espécie de solavancos), atravessamentos de túneis escuros e longos como o canal da Mancha, passagens em pontes periclitantes sobre abismos (estão a ver o filme?).

Ainda por cima, vai o vagão da frente reforçado, com mais um maquinista, que é para garantir que a viagem continue. Enquanto um dorme, ou se distrai a contemplar a paisagem pela janela, o outro vai ao leme (existem lemes terrestres, um exclusivo deste blogue).
Já somos dois (em breve contaremos com um novo colaborador surpresa), a puxar tanta carruagem, pelos trilhos do cinema do país e do mundo, a carregar filme, atrás de filme, muito céu, pouca terra, pouca terra, pouca terra…

O FINAL CUT tem uma nova VISÃO. Já há muito que se impunha esta oftalmologia do grafismo. E neste Aleph que é a Internet (afinal Borges tinha razão, existe mesmo um ponto do espaço que abarca toda a realidade do universo), oferecemos um bilhete de ida à quem quiser embarcar – só de ida, avisamos já, não há regresso.

Além das críticas (agora feitas em quádrupla VISÃO) alojadas na secção DÉJÀ VU, teremos FRAMES, com pequenas notícias relacionadas com cinema, e ULTRA-SONS, com bandas sonoras e filmes musicais.

Em VIDEOVIGILÂNCIA, lançamentos de DVD, e em ENCONTROS IMEDIÁTICOS, curtas entrevistas com protagonistas do cinema, realizadores, actores, produtores, etc…

Em CICLONE, uma espécie de programação alternativa, ciclos de filmes, agregamentos, clones e combinações raras de longas e curtas.

O GOSTO DOS OUTROS é um espaço aberto a convidados. Periodicamente convidaremos alguém que nos dará a sua VISÃO particular de determinado filme. E fica aqui feito o convite a todos os visitantes/passageiros que queiram embarcar nesta carruagem. Para obter o ingresso basta fazer fila neste guichet: finalcutvisao@gmail.com

Além disso, teremos inquéritos, a promessa de tabelas de estrelas (DE OLHOS BEM ABERTOS) actualizadas, as estreias de semanas, o filme da vida da semana (se tiver de escolher um por semana, «aquele» é o que não pode perder), e uma ligação muito especial aos festivais, com passatempos, oferta de bilhetes e informação na hora…

E pronto, o velhinho FINAL CUT, vai ter de ficar na plataforma a acenar com o lenço branco (estão a ver o filme?)…

No fundo, só para não fazer descarrilar a metáfora, a promessa é esta: sempre que houver uma estreia, um visionamento, ENTRAMOS NO TÚNEL PARA VER A LUZ (como diz uma canção)

A viagem segue dentro de momentos, num apeadeiro perto de si.

Boas Visões!

Ana Margarida de Carvalho
Manuel Halpern

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que o blogue foi enriquecido e vai trazer dados relevantes para um público ampliado. Eu sou da velha escola: gosto de ler as críticas. Não ligo muito para trailers, mas eu vejo a maioria dos internautas que eu conheço buscando imagens, música, interatividade (via inquéritos, etc). Acho que mais gente vai achar o que busca no blogue e os seus leitores tradicionais (eu incluída) vão continuar a gostar dele. Mudou para melhor, sem perder a qualidade do texto, da análise, que, para mim, é o mais importante.
Votei no meu Che Guevara cinematográfico, mas acho que meu voto não foi computado. Para mim, o Gael García Bernal é o melhor. Ele tem aquela cara de índio, barba rala do Che, além de ser latino-americano, o que ajuda na autenticidade. Eu o acho ótimo ator, o que também influencia meu voto.
Gostei muito de ler a análise do "Leitor". Tirando o "Milk", foi o único oscarizável que vi. Houve dois elementos que me chamaram a atenção na estória, mas que talvez estejam mais explícitos no livro (que li quase todo de graça, sentada em uma livraria). Faz um resgate meio radical da relatividade dos valores: a personagem achava pior ser desmascarada como analfabeta do que ser vista como alguém que deixou tantas pessoas morrerem. Há uma outra discussão que me pareceu interessante, enfocando a autonomia do réu e até que ponto se pode intervir no curso de um processo, contra a sua vontade. O rapaz sabia que ela não era a autora do relatório, mas seria legítimo contrariar a vontade da ré e tornar pública a razão de sua inocência quanto a esta acusação?
Vou repassar o endereço do blogue para meus amigos que gostam de cinema.
(comentário recebido via e-mail)