quinta-feira, 15 de outubro de 2009

As sete vidas de Alain Oulman

Com que voz, de Nicholas Oulman

Calha bem. O décimo aniversário da morte de Amália Rodrigues é o pretexto certo para conhecer um fabuloso músico que revolucionou todo o seu fado. O papel inestimável que Alain Oulman teve, ao renovar a canção de Lisboa, abrindo-a melodicamente à voz dos poetas. Mas Oulman foi muito mais do que isso. Neste documentário realizado pelo filho, Nicholas, descobrimos uma vida fascinante, sempre ligada às artes, mas de forma incrivelmente abrangente. Começou pelo teatro e acabou na literatura, não enquanto escritor, mas sim editor da Calmann-Lévy. Isto depois de ser expulso de Portugal, por alegado envolvimento com a extrema esquerda. Enquanto músico amou as palavras que recolheu dos melhores poetas para as composições que ofereceu a Amália. Enquanto editor, diz-se, que tinha um sentido da música do texto. Esta determinante personagem da cultura portuguesa, nascida no Dafundo, é retratada de forma séria, eficaz e comovente, sem ser piegas, num filme encarado como uma ponte geracional – Nicholas quis mostrar aos seus filhos o seu pai. Para que a memória não se perda.

Culturgest, Grande Auditório, dia 16, às 18 e 30; Cinema Londres, sala 2, dia 21, às 16 e 30


2 comentários:

Eduardo Gravanita disse...

Quis o acaso que eu tivesse comprado o DN na 6ª feira e me detivesse no artigo sobre o "Com que voz". Tenho 43 anos, mais ou menos a mesma que o Nicholas. Sempre que passava os olhos num cd da Amália, interrogava-me: quem terá sido Alain Oulman? Um francês a compor fado?
Lá fui ao DocLisboa. O documentário tocou-me muito. O homem é exposto nas suas facetas, dimensões e contradições e enquadrado no seu tempo. Fiquei a saber mais sobre o Fado, sobre a Amália e sobre a história do meu país. Em agora, já sei quem foi Alain Oulman! Eu que guardo o exemplar do "Portugal Amordaçado" que pertenceu ao meu pai e não imaginava que tinha sido dado à estampa pelo Alain Oulman...
Se este comentário chegar ao Nicholas, bem haja! Vou acompanhar a sua carreira.
Eduardo Gravanita

Anónimo disse...

ALAIN OULMAN FOI ACIMA DA MÉDIA.NÃo TENHO PALAVRAS PARA DIZER TUDO O QUE ACHO DE ALAIN.DEVERIA TER SOFRIDO,PORQUE TODOS COM MUITO TALENTO SOFREM E SOFEM DEMAIS..QUE SEU FIHO E NETOS SEJAM FELIES!