quinta-feira, 30 de abril de 2009

Voar ou não voar

Ricky, de François Ozon



No ano passado, François Ozon trouxe ao Indie um filme chamado Angel. Mas só este ano ganhou asas, com Ricky. Ganhou asas literalmente. O filme tem todos os contornos de banalidade, até com alguns pormenores de mau gosto, com o uso abusivo de lugares comuns. Mas a meio tudo muda, quando Ricky, o bebé, filho de um casal disfuncional, deixa crescer umas asas e aprende a voar. Tudo se transforma. E é, acima de tudo, o próprio filme que se liberta, no domínio de um fantástico realista. Ou de um surrealismo contido. Há todo um universo de possibilidades que se abre juntamente com as asas do bebé. Mas o filme, tecnicamente exemplar, também pode ser entendido como uma metáfora sobre a perda de um filho. Certo é que Ozon se transcende e se eleva ao nível do coração dos pássaros, onde mora a felicidade.


Sexta, 1, 21 e 45, São Jorge 1

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